Para cientistas,
futuro próximo terá
pessoas
com até 150 anos

Este texto da Reuters foi publicado em 15/03/2006. É ATUAL e merece ser apresentado novamente. Acreditamos que estamos prontos para a eternidade com todas as descobertas de Alberto Nicolelis e todo o pessoal da neurociência atual.

Este texto da Reuters foi publicado em 15/03/2006. É ATUAL e merece ser apresentado novamente. Acreditamos que estamos prontos para a eternidade com todas as descobertas de Alberto Nicolelis e todo o pessoal da neurociência atual.
OXFORD, Grã-Bretanha - A
medicina moderna está redefinindo a expectativa de vida humana e em breve pode
permitir que as pessoas ultrapassem o limite atual, de 120 anos, avançando por
algumas décadas, disseram especialistas nesta quarta-feira.
Acreditava-se que
houvesse algum tipo de limite interno para a sobrevivência, mas um grupo de
cientistas que se reuniu na Universidade de Oxford para uma conferência sobre a
extensão da vida aposentou de vez esse conceito.
Paul Hodge, diretor do
Programa de Política de Gerações de Harvard, afirmou que os governos de todo o
mundo, que já sofrem com crises na previdência pública, com o envelhecimento da
fora de trabalho e com o aumento dos custos do atendimento médico, têm de
enfrentar o desafio já.
- A expectativa de vida
vai aumentar significativamente, e as políticas atuais vão se comprovar totalmente
inadequadas - previu ele.
Ainda há discussões sobre
até quando irá a expectativa de vida e com que rapidez ela vai aumentar, mas a
tendência está clara. Richard Miller, da Faculdade de Medicina da Universidade
de Michigan, disse que testes em ratos e camundongos - geneticamente semelhantes
aos seres humanos - mostraram que a expectativa de vida pode ser ampliada em
40% apenas pela limitação do consumo calórico.
Transferido para os seres
humanos, isso significaria que a expectativa de vida média nos países
desenvolvidos passaria de quase 80 anos para 112 anos, sendo que muitas pessoas
viveriam bem mais que isso.
Aubrey de Grey,
gerontólogo e biomédico da Universidade
de Cambridge, vai ainda além. Ele acredita que a primeira pessoa que viverá até
os mil anos de idade já nasceu, e disse no encontro que reparos periódicos no
corpo, utilizando células-tronco, terapia genética e outras técnicas, podem
chegar a conter completamente o processo de envelhecimento.
As idéias radicais de
Grey são criticadas, porém, por outros especialistas na área, como Tom
Kirkwood, diretor do Centro de Envelhecimento e Nutrição da Universidade de Newcastle,
que as considera não mais que um exercício de raciocínio.
Kirkwood afirmou que o
processo de envelhecimento humano é intrinsicamente maleável, ou seja, que a
expectativa de vida não é uma coisa predefinida, mas os pesquisadores apenas começaram
a compreender como ele funciona.
O objetivo não é
simplesmente prolongar a vida, mas prolongar o tempo de vida saudável, algo que
já começa a acontecer, já que as pessoas com mais de 70 anos levam vidas mais
ativas que as das gerações anteriores.
Jay Olshansky, da
Universidade de Illinois em Chicago, está convicto de que a longevidade e a
saúde vão avançar lado a lado, e que retardar o envelhecimento significará retardar
o aparecimento de doenças como câncer, mal de Alzheimer e problemas cardíacos.
Mas, para entender a
fundo a biologia do envelhecimento, será necessário um grande investimento.
Olshansky e seus colegas pediram ao governo americano que injete US$ 3 bilhões
na área, alegando que os benefícios de obter um atraso de sete anos no processo
biológico de envelhecimento supera de longe os ganhos que seriam conseguidos
com a eliminação do câncer.
Em termos éticos, o
prolongamento da vida é polêmico, e certos pensadores afirmam que ele vai
contra a natureza humana. Mas para John Harris, professor de bioética da
Universidade de Manchester, qualquer sociedade favorável a salvar vidas tem o
dever de endossar a medicina regenerativa.
- Salvar vidas é nada
menos que adiar a morte - disse ele. - Se é certo e bom adiar a morte por um
breve período, não dá para entender como seria menos certo e bom adiá-la por
períodos mais longos - acrescentou.
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