sábado, 5 de setembro de 2015

Precisamos de educação profissional. Precisamos buscar novas formas de inclusão profissional para adultos.

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
DE ADULTOS


O Brasil tem um enorme déficit de adultos educados para o trabalho. Quando na universidade, estudamos o setor da construção civil. Naquele tempo, praticamente cem por cento dos pedreiros, carpinteiros e armadores eram formados por seus pais. Iam para as obras com eles e lá aprendiam. Depois eram contratados pelas empresas em que seus pais, tios e avos trabalharam. Era como uma herança, ter a profissão do pai. Isto no sudeste e muitos foram formados assim e ainda hoje lembram.

A educação para a indústria era baseada em cursos por correspondência, integralmente pagos pelos trabalhadores, uma elite conseguindo vagas nos SENAIs da vida e outros entrando como  aprendizes nas próprias industrias. A ditadura militar tentou com o Mobral Profissionalizante, produzindo um material de excelente qualidade e um programa radiofônico interessante para a época.

Acredito que dai surgiu o Supletivo Profissionalizante da rede Globo. De excelente qualidade e grandioso, com atores excelentes e conteúdo atualizado e moderno. Apesar de ser num horário difícil, eu como educador, sempre que posso tiro ali minhas duvidas.

Mas uma politica nacional, clara e precisa de educação profissional para adultos o estado brasileiro ainda esta nos devendo. Apesar da redução do numero absoluto de analfabetos, ainda temos um contingente preocupante. E o Brasil é imenso, cheio de características próprias em cada região. Somos um povo atípico e fantasioso. Sempre encontramos um jeito de fazer as coisas.

Ainda na faculdade tive a sorte de participar por anos do CIPMOI. Uma experiência fantástica de educação profissional de adultos, que existe até hoje na Faculdade de Engenharia, agora no Campus Pampulha. Foi uma tremenda oportunidade de me aproximar e aprender muito sobre o contexto da educação profissional de adultos. Vivi uma experiência inesquecível em Recife, quando fomos visitar uma escola profissionalizante independente, na Avenida  Conde de Boa Vista (jamais esquecerei). Ali, assistindo uma aula de manutenção de eletrônicos descobri que não sabia de nada sobre educação. Foi fantástico. Ver a iniciativa de quem quer aprender tardiamente, a luta para recompor o objeto e restaurar suas funções foi emocionante, pela entrega daqueles aprendizes que nem lembram mais de minha pessoa, passados  tantos anos.

Mas ficou a lição e a busca por compreender porque nosso pais  descarta tanta gente que poderia estar produzindo mais e melhor, se houvesse um estimulo, qualquer que fosse.


O SENAI e os demais S são definitivamente para a elite. A maioria que forma não trabalha. Não entendo porque se tem Faculdade Senai, não entendo porque o milionário SENAI, SESI, cobram por seu  cursos. Não da para entender, depois de receberem tanto dinheiro das empresas, construir belos prédios e pagar os salários que pagam. Porque cobrar da população que já pagou? Porque selecionar seus alunos, se não precisam, se podem atender a todos, basta adaptar a metodologia, todos aprendem.

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