Universidades canadenses: foco em
internacionalização
Estudando em uma sala em que
metade dos alunos são de fora do país, em Vancouver, o brasileiro Matheus
Sampaio fala sobre a importância dada à internacionalização dentro do sistema
de ensino canadense. Confira!
Por
Matheus Sampaio
Para aqueles que não sabem, o
Canadá tem uma das maiores proporções de imigrantes em sua população comparado
com outros países no mundo. Só em Vancouver, cidade onde moro, metade da
população é de origem estrangeira – por esse e outros motivos que Vancouver é
considerada uma das cidades mais multiculturais do planeta.
Diferente de universidades
americanas em que somente cerca de 10% de seus alunos são internacionais, na
UBC (University of British Columbia) 25% são alunos internacionais – chegando a
50% do corpo de alunos no meu curso de Business. Essa diversidade traz
experiências do mundo todo para a sala de aula.
Minha primeira experiência
marcante na UBC foi o choque cultural que enfrentei logo que cheguei. As
primeiras três primeiras semanas de faculdade foram dedicadas apenas
aos calouros internacionais; não tínhamos aula, somente alguns workshops
com a intenção de nos preparar para a vida na universidade e na cidade.
Essas semanas eram repletas de
tempo livre, que usávamos para participar de atividades recreativas e de
“networking events”. Conversas começavam espontaneamente entre estranhos com
apenas um “Ei! De onde você veio?”, seguidos por fatos fatos interessantes
sobre cada país – e quantos países! Entre os milhares de primeiranistas
internacionais, havia representantes de 140 países diferentes. Foi
definitivamente uma grande lição sobre cultura, geografia e história.
Após a chegada dos alunos
canadenses, a lição não terminou – como disse, a maioria da população canadense
é composta de imigrantes. Um ótimo exemplo disso é meu colega de quarto, que
veio da Sérvia quando criança e logo se naturalizou canadense.
Continuei a aprender sobre outros países à medida em que conhecia mais e mais
alunos internacionais durante minhas aulas, sonhando sempre em conhecer todos
aqueles lugares.
Com tantas interações
multinacionais, eu acabei me tornando mais perceptivo até a detalhes e
peculiaridades da minha própria cultura. Percebi que enquanto
latino-americanos, em geral, são mais afetivos e aceitam contato físico
(abraços!), muitos alunos são bem mais reservados. Diferenciar o tratamento
para cada cultura mostra o quão bem educado e respeitoso você é, o que pode
ajudar muito em relacionamentos futuros.
Estou aqui há mais de seis meses
e nesse tempo vivenciei experiências que nunca havia imaginado. É enriquecedor
para meu aprendizado pessoal e profissional, para a carreira que
almejo em business, ter acesso a todos esses diferentes
países. Eu acredito que o ensino canadense se supera nesse aspecto, sendo capaz
de preparar assim líderes verdadeiramente mundiais.
*Foto: English
Bay, em Vancouver, Canadá
Matheus
Sampaio é estudante de graduação em negócios na Universidade da Columbia
Britânica, em Vancouver, no Canadá. Vindo de uma família de empreendedores,
cultivou a paixão por negócios e pelos números. Estudou em escolas públicas e
quer aprender no exterior ferramentas que possam ajudá-lo a melhorar o Brasil.
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