domingo, 6 de março de 2016

Ciencias internacionais




Entenda como funciona a iniciação científica no exterior





Estudantes que fizeram pesquisa no exterior durante a graduação contam como foi a experiência. Há oportunidades disponíveis em todas as áreas. Entenda!


Por Nathalia Bustamante



Desde o início do século XX, o inglês se tornou a língua franca da pesquisa científica: 80% dos artigos publicados internacionalmente são neste idioma. Mesmo países não-anglófonos, como Alemanha e Holanda, têm parte relevante das suas publicações nacionais feita em inglês, de forma que sejam acessadas de forma mais fácil.

A experiência é muito bem vista porque implica que, além de saber lidar com reuniões, relatórios e seminários em inglês, também consigo administrar com mais tranquilidade e independência os cronogramas e adversidades que surgem no decorrer do experimento

Não à toa, se discute muito no Brasil a necessidade de superar a barreira da língua para que o país se posicione melhor como produtor de conhecimento entre outras nações em desenvolvimento. Este processo é facilitado se os pesquisadores tiverem domínio da língua e, mais ainda, se tiverem a oportunidade de conduzir seus experimentos em um ambiente internacional.

No Brasil, bolsas para doutorado e pós-doutorado no exterior são mais comuns, mas é possível começar desde cedo: já na graduação há financiamento para quem deseja conduzir pesquisas fora do país. Em geral, há dois tipos de pesquisa científica na graduação: a extracurricular – que pode, por sua vez, ser durante o período letivo ou durante as férias – ou a curricular, que aparece como uma disciplina no histórico acadêmico.

Este último é o caso de Danielle Nascimento que, desde o terceiro período da faculdade, conduzia experimentos em genética mitocondrial no Instituto de Química da USP.  Esta iniciação científica, feita no Brasil, abriu para Danielle a possibilidade de realizar um semestre de pesquisa no exterior. Seu orientador tinha cooperação com a Universidade de Aarhus, na Dinamarca, para onde ela foi em 2013 por meio do programa de Bolsa Mérito da USP.

Na USP, o processo de seleção para a bolsa envolve a apresentação de um projeto de pesquisa, de carta de aceite da universidade de estrangeira e carta de recomendação do orientador. Também é necessário comprovar proficiência na língua da universidade de destino. Diversas outras universidades do Brasil oferecem este tipo de mobilidade internacional, embora os pré-requisitos e universidades parceiras variem em cada caso.

Aprovada, Danielle matriculou-se em uma disciplina do mestrado da Universidade de Aarhus e cumpria seus créditos no laboratório de genética da universidade. “Eu tinha meu próprio projeto e era orientada simultaneamente pelos professores de lá e de cá”, comenta ela. A cada quinze dias, ela se reunia com os orientadores para sanar dúvidas e discutir resultados. Já a equipe do laboratório tinha encontros semanais para trocar referências e sugestões, no formato de apresentação de seminários. Ao final do período, professores apontados pela Universidade de Aarhus avaliaram seus relatórios.

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