Entenda como funciona a iniciação
científica no exterior
Estudantes
que fizeram pesquisa no exterior durante a graduação contam como foi a
experiência. Há oportunidades disponíveis em todas as áreas. Entenda!
Por
Nathalia Bustamante
Desde o início do século XX, o
inglês se tornou a língua franca da pesquisa científica: 80% dos artigos
publicados internacionalmente são neste idioma. Mesmo países não-anglófonos,
como Alemanha e Holanda, têm parte relevante das suas publicações nacionais
feita em inglês, de forma que sejam acessadas de forma mais fácil.
A experiência é muito bem vista
porque implica que, além de saber lidar com reuniões, relatórios e seminários
em inglês, também consigo administrar com mais tranquilidade e independência os
cronogramas e adversidades que surgem no decorrer do experimento
Não à toa, se discute muito no
Brasil a necessidade de superar a barreira da língua para que o país se
posicione melhor como produtor de conhecimento entre outras nações em
desenvolvimento. Este processo é facilitado se os pesquisadores tiverem domínio
da língua e, mais ainda, se tiverem a oportunidade de conduzir seus
experimentos em um ambiente internacional.
No Brasil, bolsas para doutorado
e pós-doutorado no exterior são mais comuns, mas é possível começar desde cedo:
já na graduação há financiamento para quem deseja conduzir pesquisas fora do
país. Em geral, há dois tipos de pesquisa científica na graduação: a
extracurricular – que pode, por sua vez, ser durante o período letivo ou
durante as férias – ou a curricular, que aparece como uma disciplina no
histórico acadêmico.
Este último é o caso de Danielle
Nascimento que, desde o terceiro período da faculdade, conduzia experimentos em
genética mitocondrial no Instituto de Química da USP. Esta iniciação
científica, feita no Brasil, abriu para Danielle a possibilidade de realizar um
semestre de pesquisa no exterior. Seu orientador tinha cooperação com a
Universidade de Aarhus, na Dinamarca, para onde ela foi em 2013 por meio do
programa de Bolsa Mérito da USP.
Na USP, o processo de seleção
para a bolsa envolve a apresentação de um projeto de pesquisa, de carta de
aceite da universidade de estrangeira e carta de recomendação do orientador.
Também é necessário comprovar proficiência na língua da universidade de
destino. Diversas outras universidades do Brasil oferecem este tipo de
mobilidade internacional, embora os pré-requisitos e universidades parceiras
variem em cada caso.
Aprovada, Danielle matriculou-se
em uma disciplina do mestrado da Universidade de Aarhus e cumpria seus créditos
no laboratório de genética da universidade. “Eu tinha meu próprio projeto e era
orientada simultaneamente pelos professores de lá e de cá”, comenta ela. A cada
quinze dias, ela se reunia com os orientadores para sanar dúvidas e discutir
resultados. Já a equipe do laboratório tinha encontros semanais para trocar
referências e sugestões, no formato de apresentação de seminários. Ao final do
período, professores apontados pela Universidade de Aarhus avaliaram seus
relatórios.
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