Como
fazer intercâmbio nos Estados Unidos? Conheça principais modalidades
Por Priscila Bellini
Tipos de intercâmbio exigem procedimentos de visto
e application diferentes. Entenda qual opção de intercâmbio nos EUA é a ideal.
Fazer intercâmbio nos Estados Unidos é o sonho de
muitos estudantes brasileiros. Mas, quando a matéria é intercâmbio nos EUA,
quais são os passos fundamentais? O que fazer para conseguir visto e como
funciona o sistema de ensino?
Assim como em qualquer tipo de intercâmbio, é necessário decidir qual a
modalidade desejada logo de início. Há intercâmbio de inglês, para
aperfeiçoamento do idioma, períodos de seis meses a um ano em intercâmbio
universitário, ou mesmo cursos completos, de graduação e pós. O processo
necessário para fazer faculdade no país é diferente de um intercâmbio nos EUA
de curta duração, por exemplo.
Depois de definir o programa que interessa ao
estudante, é necessário verificar qual visto deve ser solicitado e como
fazê-lo. Caso o aluno embarque para o país com uma agência, tais informações já
serão conhecidas desde o início. Em outros casos, deve-se conferir os dados disponibilizados pelo consulado e verificar
as exigências do país.
Confira os aspectos principais de cada opção de
intercâmbio nos EUA e saiba qual deles se encaixa melhor.
Intercâmbio nos EUA
– High School
O intercâmbio de high school, em que o aluno cursa parte do
ensino médio no exterior, é uma modalidade que não para de crescer. Dados da
Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) mostram que,
somente em 2013, 23 mil estudantes deixaram o Brasil para fazer high school em
países como EUA, Canadá e Inglaterra. Alguns estudantes conseguem bolsas de estudo no high school, outros aderem a
agências.
O modelo de ensino nos EUA é bastante flexível e,
por este motivo, os alunos têm liberdade para escolher disciplinas com as quais
tenham mais afinidade. É possível, por exemplo, estudar antropologia, direito
constitucional e astronomia. á que os alunos têm a possibilidade de escolher as
matérias que querem estudar, as turmas acabam sendo menores, o que facilita
bastante o aprendizado.
A brasileira Marina Schor fez intercâmbio em um
high school americano por seis meses, no primeiro ano. Ela percebeu que as
aulas nas escolas norte-americanas mais interativas e dinâmicas que nas
brasileiras. Lá, o aluno é instigado a participar o tempo todo a expor sua
opinião e participar de discussões. “Não tem aquela coisa de palestra, em que o
professor fala e todo mundo só escuta. Lembro de participar de vários debates
de livros e de assuntos variados, principalmente nas aulas de inglês”,
relembra.
Graduação nos
Estados Unidos
Se o desejo é fazer a graduação nos EUA, o aluno deve passar por um
processo seletivo complexo, chamado de application. Para montar um bom application,
é essencial que se consiga balancear os estudos com atividades
extracurriculares que demonstrem um perfil de liderança e proatividade. Boas
notas no Ensino Médio e nos exames padronizados contam bastante. Um exemplo é o
engajamento em trabalhos voluntários que tenham a
ver com seus interesses e planos.
Como o ex-bolsista do Ciência Sem Fronteiras Peirol
Gomes comenta, há diversas dicas para tornar o intercâmbio nos EUA mais barato,
e aproveitá-lo ao máximo. Comprar em lojas
refurbished, por exemplo, é um dos “truques” de Peirol: “Refurbished são
lojas em que os produtos tiveram algum defeito, foram devolvidos para fábrica
para conserto e agora são vendidos por um preço abaixo do comum. Comprei meu
tablet pelo refurbished, ele veio em perfeitas condições, funciona
normalmente e ainda economizei 70 dólares”. Ele reuniu alguma dessas indicações
em uma cartilha completa, do My CsF.
Mestrado e MBA
nos Estados Unidos
O brasileiro Lucas Giannini, economista de formação
que se graduou na Universidade de São Paulo, cursa o MBA em Stanford, somado ao
mestrado. Logo cedo, no começo da faculdade, ele
colocou na cabeça que queria se internacionalizar e foi longe, passando pela
Espanha, pela França e vivendo, agora, nos Estados Unidos. Ele explica
que, nesse nível de formação, o processo seletivo tem outro perfil.
Como os candidatos possuem mais anos de experiência
e já estão inseridos no mercado, os examinadores conseguem balancear fatores
ligados ao sucesso acadêmico e ao trabalho na hora agá. “Essas escolas buscam o
seu potencial e querem ver aonde você vai chegar. Uma parte disso vem do que
você já conquistou”.
Nas cartas exigidas no processo de candidatura, é
necessário demonstrar um perfil de liderança e, claro, explicar quais os planos
futuros. “É a ideia deles: o passado é apenas uma parte da promessa. A outra é
o que você espera fazer no futuro”.
Costa Leste ou
Oeste?
Embora suas universidades de ponta estejam bem
distribuídas pelo território, as proporções continentais do país fazem com que
a experiência de quem vai para a Costa Leste ou Oeste dos Estados Unidos seja
dramaticamente diferente.
A Costa Leste – mais cult, mais fria e onde se
concentram as Ivy Leagues (mais tradicionais instituições do ensino do país) –
é um “hub” para quem deseja estudar temas como moda, mercado financeiro e
políticas públicas. Já a Costa Oeste – muito marcada pela presença do Pacífico
e com forte influência de um estilo de vida ao ar livre – concentra os
estudantes apaixonados por tecnologia, indústrias criativas e engenharias.
A decisão, então, pela Costa Leste ou Oeste dos Estados Unidos,
é muito pessoal. Descubra aqui quais são as principais diferenças entre a
vida de estudante nos dois destinos e entenda qual combina mais com suas
preferências e prioridades.
Desfazendo mitos
sobre Intercâmbio nos EUA
“Enquanto sonhava em fazer faculdade nos EUA,
durante muito tempo carreguei duas imagens bem caricatas de como seria a minha
experiência universitária”, relembra Carolina Lyrio, carioca que realizou sua
graduação na Universidade de Duke.
Segundo ela, as duas imagens mentais que possuía
– a de festas com meninas maquiadas e garotos engomadinhos, ambos com
sorrisos lindos no rosto e copos vermelhos nas mãos, e a de alunos em um café
ou biblioteca, com livros, cafés e computadores esparramados, envolvidos em um
debate intelectual com jeito de briga para quem via de fora – realmente
aconteceram em diferentes ocasiões. Mas os seus quatro anos não foram só isso:
o período reservou muitas surpresas para quem estava esperando a reprodução
exata de cenas de filme. Neste texto para o Estudar Fora, Carolina compartilha
algumas surpresas que a marcaram durante sua graduação nos Estados
Unidos.
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