O MIT na visão de um estudante
brasileiro
"No MIT, você só escolhe o
curso depois de aprovado. Além disso, determina quais aulas quer fazer. Temos
muita liberdade", diz Felipe Hoffmann, aluno de graduação
Por
Felipe Hoffmann
Um dos elementos mais
interessantes do MIT (e de diversas outras faculdades
americanas) é a liberdade do curso. Enquanto no Brasil você escolhe um curso, e
a faculdade define todas as aulas que você vai assistir, aqui isso é bem
diferente: você não tem que selecionar o que vai cursar antes de começar a
faculdade.
Fazemos primeiro um ano de
disciplinas básicas, comuns para qualquer curso, antes de definir qual carreira
queremos seguir
No MIT, fazemos primeiro um ano
de disciplinas básicas, comuns para qualquer curso, antes de definir qual
carreira queremos seguir. Isso ajuda muito aqueles que não estão certos do que
querem fazer.
Outra grande vantagem é a
liberdade dentro dos cursos: enquanto no Brasil a maioria das faculdades já tem
predefinidas todas as classes que você vai fazer para ter seu diploma, aqui
você pode escolher quais matérias quer cursar. Por exemplo, no caso de Ciência
da Computação, caso eu me interesse mais por Inteligência Artificial, eu posso
fazer mais aulas relacionadas a isso e menos de outras áreas. Assim, eu consigo
um diploma mais rápido que no Brasil (o curso é de 4 anos) pois não gastei
tempo com matérias provavelmente desnecessárias para minha atuação
profissional. E também saio da faculdade com certa especialização na área que
gosto.
Uma terceira grande liberdade é a
ordem e a quantidade das matérias. Enquanto no Brasil fazemos tudo em uma ordem
pré-estabelecida, aqui podemos escolher quando queremos fazer aquela
disciplina. Isso significa que eu posso explorar matérias mais avançadas para
saber se eu tenho interesse nelas ou não em vez de esperar estar no terceiro ou
quarto ano de faculdade para descobrir que não gosto do que eu achava que
gostava. Além disso, o fato de podermos fazer quantas matérias quisermos
permite que pessoas que gostem mais das aulas façam mais matérias, enquanto
aqueles que se interessam por outras coisas escolham menos classes.
Eu posso explorar matérias mais
avançadas para saber se eu tenho interesse nelas ou não.
Mas a liberdade não acaba por aí.
Enquanto no Brasil o significado de faculdade quase que se limita às aulas, no
MIT é muito mais que isso. Aqui existem clubes para quase tudo – desde
olimpíadas científicas até triatlo e cubo mágico – o que nos permite encontrar
vários amigos com interesses semelhantes aos nossos. Também é bem comum o
pessoal fazer pesquisa científica durante a graduação ou mesmo participar de
fraternidades e praticar os mais diversos esportes.
Uma quinta liberdade daqui é o
fato de as aulas não serem obrigatórias. Exatamente isso: os professores não
fazem chamada. Sempre tem algum professor com o qual você não consegue aprender
direito nas aula, não é? Enquanto no Brasil normalmente teríamos que ficar
mofando em sala, aqui você simplesmente não vai à aula, estuda pelo livro e faz
as provas. Mais importante do que isso, sempre que você está em aperto em
alguma matéria e tem que faltar em outras aulas para estudar ou tem algum
compromisso durante as aulas, você não tem que se preocupar com presença. Isso
permite que seu dia-a-dia seja muito mais dinâmico, abrindo muitas
possibilidades.
Enfim, o MIT nos dá muita
liberdade. A faculdade se adapta muito bem a quem você é, independentemente de
quem você seja. Não é você quem tem que se adaptar à faculdade.
Sobre o
autor
Felipe Hoffmann está no primeiro ano de Engenharia Eletrônica no MIT. Durante o ensino médio, no interior do Rio Grande do Sul, participou de diversas olimpíadas científicas, sendo campeão estadual em seis modalidades. Aprovado no IME, ITA e no MIT, fundou um site para ajudar outros jovens a alcançar esses mesmos sonhos: no virandolimpico.com, ele oferece aulas gratuitas de preparação para vestibulares concorridos e para olimpíadas de conhecimento.
Felipe Hoffmann está no primeiro ano de Engenharia Eletrônica no MIT. Durante o ensino médio, no interior do Rio Grande do Sul, participou de diversas olimpíadas científicas, sendo campeão estadual em seis modalidades. Aprovado no IME, ITA e no MIT, fundou um site para ajudar outros jovens a alcançar esses mesmos sonhos: no virandolimpico.com, ele oferece aulas gratuitas de preparação para vestibulares concorridos e para olimpíadas de conhecimento.
*Na foto,
campus do MIT
Nenhum comentário:
Postar um comentário